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Capítulo 1

“Inteligência é a capacidade de se adaptar à mudança”. O autor dessa frase era o físico teórico e cosmólogo Stephen Hawking. E se havia algo que Cherry Depardieu se considerava, com certeza era ser alguém inteligente. Sabia que muitas mudanças estavam por vir. Afinal, ser adolescente é estar numa constante mudança. Mas com certeza, ao abrir os olhos naquela manhã de setembro, ela não estava pronta para as mudanças que aquele ano lhe traria.

Era o começo de mais um ano letivo. Mas não um ano letivo qualquer: era o seu penúltimo ano na escola. Para alguém tão preocupada com o próprio futuro, era o momento chave para começar a tomar algumas grandes decisões. Se dedicar aos estudos e à sua vida acadêmica para poder entrar numa boa faculdade. Ainda não sabia ao certo qual, mas sabia que boas faculdades cobravam uma coisa: notas altas e um histórico escolar perfeito. E modéstia à parte, isso ela tinha de sobra. E definitivamente não estava pronta para arriscar tudo isso faltando apenas dois anos para decidir seu futuro.

O ar fresco daquela manhã de setembro tocava seu rosto a medida que ela se aproximava do colégio. Morava há poucas quadras do local, então não via necessidade de ir de carro ou pegar alguma carona. Era bom andar um pouco, fazer o sangue circular um pouco, era o que sua treinadora pessoal sempre dizia. Além do mais, era sempre bom observar um pouco da paisagem de Riverside.

Era uma cidade pequena, sem grandes atrativos. Com certeza o que havia de mais chamativo na cidade era seu sistema educacional público, considerado um dos melhores do país, com a maior taxa de aprovação nas maiores universidades. Não era atoa que algumas celebridades, empresários e outros ricos acabavam enviado seus filhos para estudarem em Riverside. Mas, tirando isso, a cidade era tão tranquila, pacata e sem grandes atrativos quanto qualquer cidade do interior.

Não demorou mais do que vinte minutos de caminhada até a ruiva chegar ao colégio. O movimento ainda era pequeno, mas já haviam pequenos grupinhos se formando, trocando abraços rápidos antes de começarem a tagarelar sobre o que tinham feito nas férias. A grande maioria parava de falar quando via Cherry passar, cumprimentando-a de alguma forma antes de continuar o que estavam fazendo.

Outra coisa que é preciso saber sobre Cherry Depardieu, é que ela é extremamente popular. Talvez uma das garotas mais populares da escola. Junto com seu grupinho de amigos, eram considerados quase que uma espécie de realeza colegial, acima até mesmo de atletas e líderes de torcida. Não que Cherry se importasse muito com isso, mas se tinha algo que ela tinha aprendido assistindo High School Musical, é não bagunçar o fluxo e manter o status quo. E não seria hipócrita de dizer que não gostava de toda aquela atenção que recebia. Terminando de acenar para um grupo de garotas do último ano que se amontoavam perto do laboratório de biologia, Cherry seguia tranquila para sua sala quando sentiu algo esbarrar em si.

— Opa!! Essa foi por pouco!!

Estava pronta para rebater que não tinha sido por pouco e que na verdade ela tinha sim esbarrado nela quando entendeu o que a pessoa quis dizer. A primeira coisa que notou foi que ela trazia em seus braços, apoiado contra o peito, um bom número de bexigas meio cheias. E pelo que Cherry pôde ver, não eram cheias de ar. A segunda coisa que notou foram as unhas mal pintadas e as manchas de tinta verde entre os dedos. E a última coisa que notou foi o cabelo. E isso fez o semblante de Cherry mudar da água para o vinho.

— Você... — disse a garota, focando os olhos verdes na garota à sua frente.

Era impossível não a reconhecer. Não bastava os quase 1,80 de altura ou jeito desleixado de se vestir, como se tivesse aberto o armário e pego literalmente a primeira coisa dentro do seu armário - para ser bem sincera Cherry não duvidava muito que fosse assim – tinha o cabelo. Para alguém tão vaidosa quanto Cherry, que cuidava do cabelo como cuida de um filho, aquele cabelo era um atentado. Olhou para aquele amarelo vibrante que hoje coloria o cabelo dela, não escondendo nem um pouco todo o seu desagrado.

— Paris!! Quanto tempo hein? Olha, seria um prazer parar e ouvir com detalhes como foram suas férias em alguma praia de gente rica e nome pretencioso, mas eu tô meio ocupada agora. Nos vemos no almoço, hm? Aí você me conta tuuuuuuuuudo sobre como foi em São Tourinho? Ok? Ok!

E sem dar muita opção para a Depardieu, foi saindo de perto quase correndo, carregando aquele monte de bexigas contra seu peito. Piscando os olhos confusa, Cherry ficou observando a garota se afastar cada vez mais. O suficiente para que a garota de cabelo colorido não escutasse sua resposta.

— É Santorini. E para sua informação, eu não fui para lá!

Mas ela já dobrava um corredor, sumindo da vista de Cherry, que apenas bufou impaciente. Se havia uma coisa que jamais mudaria, era aquela: ela odiava Joanna Lambert de todo coração.

 

─────────

 

O encontro com seus amigos foi bastante breve, apenas para trocar algumas palavras sobre as férias, antes que o sinal indicando o início das aulas soasse. E não podia começar melhor, com uma das suas matérias favoritas. A aula de literatura da Prof. Mounthbatten era de longe a que Cherry mais gostava. A professora dedicava os primeiros minutos da aula anotando no quadro a lista de livros para aquele ano letivo e Cherry tratava de anotar tudo com capricho, até mesmo marcando um pontinho nos livros que ela já tinha lido. Alguns ela até colocou mais de um pontinho, para indicar que mereciam uma releitura. Depois de terminar de anotar a lista no quadro, a prof. Mounthbatten passou a explicar um pouco da metodologia que seria usada naquele ano, sendo interrompida pelo som da porta se abrindo sem cuidado algum

─ Ooooooooooolá querida professora! Como estamos nessa linda manhã de outono?

Sinceramente não sabia o que mais lhe desagradava, se a voz da garota ou se o fato dela ter interrompido a aula chegando atrasada. Descontente, e fazendo questão de demonstrar isso com sua expressão, Cherry olhou para a porta onde Joanna agora estava parada. Haviam várias manchas de tinta verde agora espalhadas por sua roupa e por suas mãos. Agora Cherry entendia o que havia nas bexigas que ela segurava quando trombaram no corredor. Revirou os olhos com impaciência, tentando ignorar a presença da garota, que aguardava autorização da professora para poder entrar. Secretamente Cherry desejava que não permitisse.

─ Atrasadas, Srta. Lambert. Estamos atrasadas. ─ disse a professora, mesmo que contivesse um pequeno sorriso. Cherry não evitou um leve revirar de olhos. Era irritante como aquela garota, mesmo sendo tão irresponsável, conseguia conquistar a simpatia da maioria dos professores.

─ Oh, sério? UFA! Achei que era a única! ─ disse Joanna Lambert, abrindo um sorriso maroto para a professora que revirou os olhos, mesmo que ainda sorrindo. A garota de cabelo amarelo pigarreou e assumiu um ar mais sério ao falar, como se estivesse falando de forma quase que oficial ─ Desculpa, é que haviam calouros precisando ser recepcionados professora! Juro que não vai se repetir!

Murmurando um “até parece” risonho, a professora permitiu que Joanna entrasse para o desagrado de Cherry. Com um “obrigado”, a garota se dirigiu imediatamente até fundo da sala para sentar com seu grupinho de amigas, onde começaram a conversar baixinho. Olhando brevemente por cima do ombro, tentando se mostrar incomodada com o burburinho que elas causavam, Cherry focou a garota por um instante. Havia tinta verde grudada em seu cabelo e um mancha caprichosamente tinha se alojado em sua bochecha. Era parte do ritual de recepção que Joanna e suas amigas tinham criado para os novatos na escola. Podia soar oficial, mas no fundo era apenas mais uma forma de arranjar confusão. Cherry lembrava bem do ano em que elas emboscaram os novatos e o diretor no estacionamento para jogar ovo neles. Enquanto pensava isso, notou que Joanna olhava em sua direção também. Se encararam por um instante até Joanna sorrir e piscar um olho em sua direção. Cherry fechou a cara e virou para frente. Afinal, era o início do seu penúltimo ano letivo. A última coisa que deixaria era que Joanna Lambert tirasse sua atenção.

 

─────────

 

─ Não acha um pouco de exagero?

─ O que? ─ perguntou Cherry enquanto procurava uma mesa para sentar. Era meio-dia, hora do almoço. A hora em que a escola demonstrava sua estratificação social.

Por mais que pudesse soar clichê, era bastante nítido a divisão em grupos bem específicos na hora do almoço. Os atletas sentavam perto da porta de saída, em geral para poder incomodar algumas pessoas que entravam. Costumavam ser uma das mesas mais barulhentas. Cherry até poderia sentar com eles já que era capitã do time feminino de Lacrose da escola, mas não via muito em comum entre ela e os atletas. Havia também a mesa das líderes de torcida, que em geral ficava o mais longe possível do balcão do refeitório. Cherry já tinha escutado uma delas falar que era para ficarem longe da comida, tanto para manter longe a tentação, quanto para exigir algum esforço físico para chegarem até ela. E espalhados por ali também haviam outros grupos, como os nerds do clube de informática, o pessoal da banda, a galera do clube medieval....

E, claro, havia a mesa central onde ela e seus amigos costumavam sentar. A maior parte do colégio conhecia como a “mesa da realeza” e poucos ousavam sentar por ali sem uma autorização quase que expressa de um deles.

─ Essa sua implicância com a Joanna e as amigas dela. ─ disse Tristan, um garoto alto e magricelo que andava quase sempre de terno e gravata, enquanto sentavam na mesa que no momento estava vazia.

─ Você fala isso só porque teve um lance com ela ano passado... ─ disse Cherry revirando os olhos com certa impaciência — Aliás, até onde eu sei, você teve caso com DUAS delas já. Tá tentando fazer algum tipo de bingo, Tristan?

Sem esconder uma risada curta, Tristan meneou a cabeça negativamente, a medida em que ia separando os talheres para começar a comer.

─ Sério se você se desse uma chance de conhecer elas, veria que elas não são tão ruins assim. Elas são bem divertidas.

Bufando de leve, Cherry revirou os olhos e parou eles na direção da mesa ocupada por Joanna e suas amigas. Elas riam de forma quase escandalosa de alguma piada contada por alguma delas. Uma delas até colocava a mão sobre o nariz, tentando evitar que o suco acabasse saindo por suas narinas no processo. Não evitou uma careta ao notar isso, mas focou o olhar na garota de cabelo colorido ali sentada.

Conhecia Joanna desde a escola primária. Se bem lembrava, ela tinha sido uma das suas primeiras amigas. Ok, talvez “amiga” fosse uma palavra muito forte, mas se davam bem o suficiente para brincarem juntas e até mesmo frequentarem a casa uma da outra quando mais novas. Não sabia exatamente quando tudo mudou, mas tinha quase certeza de que foi com a chegada da puberdade. Foi a partir daí que cada uma começou a trilhar caminhos diferentes e definir prioridades bem diferentes.

Cherry se tornou uma das garotas populares. Bonita, inteligente, boa atleta, com um futuro brilhante e promissor pela frente, notas sempre entre as melhores e vários elogios dos professores. Tinha uma reputação à zelar e fazia isso com todo afinco possível. Afinal, seus pais tinham investido muito nela e a garota sentia que tinha que dar algum retorno.

Já Joanna tinha preferido, como Cherry cansou de ouvir, ser ela mesma. Se metia em confusão atrás de confusão, passava mais tempo na sala do diretor do que na sala de aula e talvez já tivesse levado mais detenções do que todos naquela escola. Ela e suas amigas, que ficaram popularmente conhecidas como rascals, eram responsáveis por 5 em cada 5 confusões começadas naquela escola. Definitivamente tinham tomado caminhos muito opostos e tinham se tornado pessoas muito diferentes. Sua mente só despertou daquele transe todo quanto notou que Joanna pegava dois canudos e colocava por baixo do lábio superior, fingindo ser um mamute e arrancando gargalhadas das outras três.

─ Olá do que estamos falando?

A voz que soou ao seu lado fez Cherry desviar o olhar, voltando sua atenção para a garota de traços hispânicos e olhos um pouquinho puxados que agora se alojava ali ao lado deles. A ruiva dirigiu um sorriso curto em sua direção, acenando para ela apenas movendo os dedinhos antes de lhe responder.

─ Nada de importante. Planos para o final de semana?

─ Oh, sim! Eu e a Cora estávamos combinando durante a aula de matemática de fazermos as unhas e, sei lá, sair de noite para ver um filme. O que acham? O Ash está na cidade com alguns amigos, pode ser divertido!

Mitsuha Pevensie, a garota que tinha acabado de sentar ao seu lado, era sua melhor amiga desde o ensino fundamental. Do tipo que compartilham todo e qualquer segredo uma com a outra. E como melhores amigas que compartilham tudo, Cherry sabia que a garota era completamente caidinha por Ashley, o meio-irmão de Coraline Flume, outra amiga deles, também parte da realeza. Ashley era um pequeno prodígio. Mesmo tendo a mesma idade que eles, o garoto já tinha pulado o ensino médio e atualmente cursava a faculdade de robótica em Oxford. Eventualmente o garoto aparecia em Riverside para passar um tempo com a família e aquele fim de semana em particular era o último antes do início do semestre na faculdade, o que também significava que era o último fim de semana de Ashley ali. Exatamente por isso ela não sabia se Mitsuha queria mesmo a presença delas ou se só estava sendo educada.

─ Meu pai vai estar na cidade, não vou poder ir. ─ respondeu Tristan, fazendo uma cara triste. Mitsuha fez um biquinho e estendeu a mão, afagando o ombro do amigo de levinho, antes de olhar para Cherry, com um ar questionador. A ruiva encolheu os ombros de leve antes de responder.

─ Se eu não for atrapalhar nad...

─ EBAAAAAAAAA!! Noite das meninas!!! Desculpa Tris, fico triste por você não ir, você entendeu né?

Mesmo tendo entendido, era óbvio que Tristan não ia perder a oportunidade de fazer um pouco de drama. Entre algumas risadas arrancadas enquanto Tristan se fingia de mortalmente ofendido e Mitsuha tentava se perdoar, terminaram de comer e ficaram jogando conversa fora até o horário do almoço terminar.

 

─────────

 

Estava entediada. Olhava para o quadro com um olhar distante, já sem prestar atenção na explicação que a prof. Pritchett fazia sobre trigonometria. Sabia que tinham números. E conceitos matemáticos. Mas realmente tinha parado de prestar atenção há muito tempo. Agora olhava de forma quase catatônica na direção do relógio posicionado acima da lousa, enquanto batia distraidamente a parte contrária do lápis contra a mesa.

Se havia uma coisa que ela odiava era retornar as aulas em plena sexta-feira. Claro, havia o lado bom de ter apenas e exclusivamente um único dia de aula antes do fim de semana, mas pelo lado ruim, podia ter tido mais um dia para descansar antes de voltar para a escola. Exatamente por isso contava os segundos que a separavam do fim daquela aula. O relógio parecia estar andando mais devagar só porque ela olhava fixamente para ele. Sabia que era impossível, mas de fato estava começando a achar que o tempo lhe odiava.

Para sua felicidade, no entanto, logo o sino que indicava o final das aulas soou. Ignorando totalmente os avisos sobre dever de casa que a professora passava, Joanna já levantava se esticando, espreguiçando-se demoradamente, como se tivesse passado por um dia extremamente cansativo. Jogou o material todo para dentro da mochila e ficou esperando suas amigas terminarem de se arrumar para poderem sair. Bem, era mais para ‘amiga’ já que Mildred e Videl tinham anotado tanto da aula quanto ela. A única CDF do grupo era Fani e Joanna sinceramente agradecia ela ser tão inteligente. Afinal, Fani era a razão de nenhuma delas ter reprovado nos últimos dois anos.

─ Então... ─ falou Joanna quando já estavam no estacionamento do colégio. ─ qual a boa do fim de semana?

─ Eu vou trabalhar. ─ disse Videl, acenando para alguns conhecidos enquanto seguiam pelo estacionamento ─ Tem rave no Secret Garden hoje e me pediram para fazer um freela. Sabe como é, não dá pra negar uma graninha extra...

— Ah cara...e você, Fani? — perguntou Joanna, enquanto virava o olhar para a outra amiga, que respondeu com toda a naturalidade do mundo.

─ Eu tenho que estudar. ─ disse Fani, já acostumada com os olhares de incredulidade e repreensão das amigas quando dizia aquilo.

─ Sério? Primeiro fim de semana do ano letivo!!! E tipo, o ano literalmente ACABOU de começar!! ─ disse Joanna arregalando os olhos e balançando os braços freneticamente. Videl riu de leve da amiga, dando um soquinho no ombro dela.

─ Foi mal, Jo, a gente pode fazer alguma coisa no domingo, que tal.

─ Falou... — respondeu Joanna, claramente injuriada com a situação — E você Mild? Não me diz que vai estudar também.

─ Ia ficar em casa de bobeira mesmo.

─ Beleza, eu ia fazer o mesmo, você pode fazer isso lá em casa então ─ falou Joanna se despedindo de Vix e Fani, antes de seguir com Mildred na direção da velha caminhonete de aparência solida e robusta. Mesmo que o motor as vezes fosse de fazer vergonha com tanto barulho, o carro era forte. Parecia aquelas caminhonetes que participam de torneio de destruição e acabam intactas enquanto o adversário vira uma pilha de ferro retorcido. Jogou a mochila na caçamba e guinou-se para dentro da cabine, esperando Mildred fazer o mesmo para dar a partida.

─ Sabe... ─ disse Mildred, recuperando o fôlego depois de praticamente escalar a porta da caminhonete ─ você tem quase 1,80m, então pra você é fácil, mas você tinha que começar a pensar nas suas queridas amigas não tão contempladas com a benção da altura.

Com uma gargalhada alta, que acabou sendo abafada pelo som do motor dando partida, Joanna colocou o cinto e começou a manobrar para fora do estacionamento, enquanto respondia a amiga.

─ Agora eu tenho culpa de andar com o esquadrão de anãs?

O comentário gerou uma falsa indignação de Mildred e o começo de uma discussão sobre quem era a mais baixa do grupo. Depois de coroar Videl a rainha anã do grupo, passaram então a mudar de estação até encontrar alguma coisa boa para ouvir na rádio. Já tinham parado numa rádio de músicas latinas quando Joanna avistou, andando pela calçada, um grupo bem conhecido. Diminuiu a velocidade e abaixou mais o vidro da caminhonete, apoiando um braço para o lado de fora.

─ Ei meninas...querem uma carona?

Cherry, Mitsuha e Coraline pararam de andar ao ouvirem a voz de Joanna. Mit e Cora em geral sempre tentavam manter uma atitude mais simpática mesmo com as rascals, mas Cherry nem escondia o olhar de desgosto lançado na direção do carro e principalmente da dona do carro. E foi justamente Cherry quem respondeu.

─ Nem em um milhão de anos, Lambert...

─ Na verdade não seria tão rui...auch!... ─ e com uma leve cotovelada de Cherry, Coraline parou de falar, tratando de corrigir ─ mas a gente vai passar na sorveteria antes...obrigada pela oferta, Jo...

─ Se vocês preferem...bom final de semana, meninas...você também, Paris... ─ e piscou um olho na direção da ruiva que fechou a cara no mesmo instante. Subiu o vidro da caminhonete e voltou a acelerar o carro, afastando-se do grupo.

─ Você gosta de provocar ela, não é? ─ perguntou Mildred, com um sorriso de leve. Joanna, que procurava algo no porta-luvas, riu de forma indulgente enquanto seguia na direção da casa. Finalmente entrou um par de óculos escuros e colocou sobre os olhos de forma teatral antes de responder.

─ É quase como se fosse um hobby...

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